sábado, 31 de março de 2012

JORGE E SORAYA de Kadu Veríssimo

Personagens

Soraya
Jorge

(Jorge esta sentado no sofá com o jornal aberto, esta imovel, Soraya entra nervosa)

Soraya
Jorge, bom te pegar aqui, preciso muito falar com você...

(Soraya senta)

Soraya
Me escuta Jorge, tem tempo que quero ter uma conversa com você , pois bem, vou aproveitar esse momento em que estamos a sós e vou falar tudo que esta entalado aqui na minha garganta...

(ele não se move)

Soraya
Pois então lá vai...
Jorge, nós estamos casados a quanto tempo já?
Vinte anos? É isso não é? Acho que é...
E faz uns cinco anos que a coisa não anda boa pra gente não é? Mas essas últimas semanas tem sido as mais difíceis...
É sim, eu sinto, você não fala nada mas sente também...acabou não foi? Acho que acabou... foi tudo tão bom, mas acabou...eu não tenho mais paixão por você, eu hoje consigo falar que me libertei e que não amo mais você, foi difícil, foi difícil chegar a esse ponto, mas graças a Deus eu consegui, (levanta vitoriosa) Eu consegui!

(Jorge permanece imóvel)

Soraya
E como sempre você não se manifesta, eu ando falando só nestes últimos anos...eu sei, mas eu te agüentei nestes últimos anos não sei porque, porque devo ser uma doida só pode,  todos se afastaram de mim, todos dizendo que eu estou louca, que não deveria fazer isso, e acho que eles tem até razão...depois do que aconteceu nestas últimas semanas eu pensei muito e esta difícil ver você  parado todo dia neste sofá, nós não temos diálogo, eu fico falando sozinha, numa solidão angustiante, parece que cada dia que eu venho aqui falar com você  eu estou mais doida, cada vez mais...as crianças já tiraram de mim, faz um tempo que não os vejo, você eu não deixei que saísse da minha vida, queria você pra mim, sempre ao meu lado, mas hoje mudei de idéia, não dá mais, vou ter que me despedir de você , mesmo que seja difícil, porque cada dia ta mais difícil de suportar o seu descaso, a sua mesmice, o seu cheiro, logo você que sempre foi tão cheiroso, tão limpinho...não consigo olhar pra você todo dia e te ver nesse estado, hoje decidi guardar na minha memória só as boas lembranças, só os momentos que vivemos em que você estava bem, bonito, corado e vivo...

(puxa o jornal , vemos um cadáver em decomposição)

Soraya
Vamos nos separar definitivamente, não consigo mais suportar te ver assim , eu nunca me senti tão sozinha Jorge, (se emociona)tão difícil essa separação...eu jurei que não ia tirar você do meu lado, eu jurei...mas vai ser bom pra gente...meu amor...

(toca no rosto de Jorge , cai um pedaço de carne podre no chão)

Soraya
Merda, você sempre sujando meu tapete né Jorge...

(Soraya encosta seus lábios no do cadáver)

Soraya
Que gosto de morte Jorge, você sempre me proporcionando os prazeres mais loucos...

(levanta animada, deixa o ambiente a meia luz, liga a vitrola, toca a musica AQUELES OLHOS VERDES na versão de João de Barro, pega duas taças e um vinho)

Tá tocando nossa música ta ouvindo...

(servindo vinho nas duas taças)

Já que nós nunca mais vamos nos ver, eu vou aproveitar nossa última noite...
um brinde ao amor meu querido Jorge...

(se despe)  (Black-out)  (Música cresce)

(TREVAS)

sexta-feira, 30 de março de 2012

SINTO SAUDADE DO SORRISO QUE TU NUNCA ME DESTE de Marcus Di Bello

TEMA: SOLIDÃO

(Ele e ela no final do sexo. Cena deve ser feita de forma simbólica, mítica. Ao terminar, ela acende um cigarro e bebe uísque)

ELA
Você tem medo?

ELE
Do quê?

ELA
De ficar só.

ELE
(Tempo)
Não.

ELA
Eu tenho. Às vezes acho que é por isso que o ser humano procura se relacionar com o outro. Para não ficar sozinho.
(Tempo)

ELE
Pensei em amanhã irmos jantar naquele restaurante que nos conhecemos.

ELA
Que dia é amanhã?

ELE
Sábado.

ELA
Não posso, vou trabalhar.
(Tempo)
Você sente a minha falta?

ELE
Sinto. E sinto que um dia irei te perder.

ELA
Não vai.
(Tempo)
Queria fugir dessa cidade. Pegar o carro e andar por aí, sem rumo. Dormir em motéis de beira de estrada e sair no outro dia sem pagar.
(Tempo)
Entende o que quero dizer?
(Bebe em um gole só o resto do uísque)
Queria mentir a minha idade, dizer que tenho cinco anos a menos do que realmente tenho, e observar a reação das pessoas. Queria esquecer tudo o que um dia me fez mal. Queria respirar sem que nada me impedisse. Queria sorrir para o mundo.

ELE
Sorri pra mim.

ELA
Não.

ELE
A vida só é difícil porque nós mesmos a pintamos assim.
(Tempo)
Eu sonhei que você sorria pra mim. Sinto saudade.

ELA
Um dia eu vou sorrir. Hoje não, mas um dia.

ELE
Eu sinto saudade do que nunca vi. E tenho medo de perder o que eu nunca tive.

ELA
Eu vou embora.
(Se vestindo)

ELE
Você é a mulher mais bonita que eu já conheci. Não se preocupa, você nunca vai ficar sozinha. A solidão sempre pode ser vencida. O problema é o que você faz para vencê-la.
(Tempo)
Quanto deu?

ELA
Duzentos e cinquenta.

ELE
(Abre a carteira e conta o dinheiro)
Se for fugir da cidade, me liga.

ELA
(Pegando o dinheiro)
Pra se despedir?

ELE
Não. Pra eu te ver sorrir.

(Luz em fade-out)

segunda-feira, 19 de março de 2012

A BUNDA DA GEORGIA É LINDA PARA CARALHO de Marcus Di Bello

TEMA: PEGAÇÃO

(Mesa de bar. Bebem uísque)

BIGODE
Peguei a Georgia.

TUCÃO
Pegou, é?

BIGODE
Peguei. De jeito.

TUCÃO
E ela sabe disso?

BIGODE
Porra, claro que sabe, Tucão! 'Tá desorientado?

TUCÃO
Tu fala que pega tanta gente. Algumas não devem nem saber.

BIGODE
Pois a Georgia sabe. Beijei todo aquele corpo lindo dela.

TUCÃO
Beijou, é?

BIGODE
Beijei!

TUCÃO
Eu acredito.

BIGODE
Vou até pagar esse teu uísque.

TUCÃO
Que maravilha. Espero que pegue a Georgia mais vezes.

BIGODE
Eu não! Mulher tem que pegar uma vez só. Você acha que eu vou me prender? Eu tenho cara de quem vive romance, Tucão?

TUCÃO
Sei lá, Bigode. Tu 'tá velho já, tem que se estabelecer.

BIGODE
Velho porra nenhuma! Estou é prudente. Essa merda de casar e ter filho é para quando a gente é jovem, quando se é porra louca, quando não se sabe viver direito. Se eu consegui passar dessa fase, acha que vai ser agora que vou me meter nessa? Corta essa! Isso é pros jovens.

TUCÃO
Tu que sabe da tua vida!

BIGODE
Tucão. Lembro de quando sentava nessa mesa e enchia de mulher nessa merda. Tudo tagarelando na minha orelha, sentando no meu colo, esfregando a bunda em mim. Essas vagabundas estão onde? Casadas com um marido que bate nelas, com dois filhos para cuidar, gordas, com as tetas caídas, a bunda furada.

TUCÃO
É a ordem natural da vida.

BIGODE
Porra nenhuma natural, Tucão. Natural é bunda durinha, peito empinado. Aí me perguntam o motivo de gostar das mais novas. As maduras estão todas parecendo vacas gordas, usando dentadura, com barriga flácida.

TUCÃO
A Georgia não é nova.

BIGODE
A Georgia é diferente, porra. A Georgia é tesuda. A bunda da Georgia é linda para caralho! E não é dondoca, que faz academia. Essas dondocas tinham que morrer na fogueira. A Georgia é da pá virada, bebe com a gente, enche a cara de uísque, fuma para caralho.

TUCÃO
A tua cara.

BIGODE
Não, Tucão. Imagina o que aconteceria se eu me relacionasse com a Georgia. Ela iria me privar de sair, de me divertir. Ela própria deixaria de fazer isso, para cuidar da casa. Se transformaria numa daquelas vagabundas gordas, sem vida social nenhuma. Que porra de vida você quer que eu tenha? Eu peguei a Georgia, mas foi só uma trepada. Nada mais. A bunda dela é linda, mas existem outras bundas lindas por aí. Não é uma bunda que me prende, Tucão. Lembre-se sempre disso.

TUCÃO
Você 'tá lendo muito Bukowski, cara.

BIGODE
Olha ali.
(Aponta com o olhar)
Olha aquela mulher. Que peitão grande ela tem.

TUCÃO
Um santo peito.

BIGODE
Que santo, Tucão! Olha a heresia.

TUCÃO
Espera aí, Bigode. Aquela porra é travesti.

BIGODE
Tem certeza?

TUCÃO
Absoluta. Olha o jeito que fala. Olha o tamanho do ombro.

BIGODE
Quer saber, Tucão? Que se foda.
(Vira o copo de uísque)
Melhor assim. Não tem a bunda furada e não quer relacionamento. Peguei a Georgia, hoje pego o Jorjão. Paga a conta aí, meu amigo.
(Sai)

TUCÃO
Esse bigode...

(Luz em fade-out)

terça-feira, 13 de março de 2012

OS DISCÍPULOS DE IVETE de Regina Célia Vieira

Tema: Fanatismo

Personagens:

Sara
Márcia
Reinaldo
Grupo de fãs


Fã clube. Grupo de mais ou menos vinte pessoas estão nos preparativos para o show de Ivete.


Grupo- Ivete! Ivete!


Sara- Não! É, Ivete! Ivete!


Márcia- E o que a gente tá falando?


Sara- Iveti! Iveti!


Márcia- Então? Ivete! Ivete!


Sara- Não!  Ivete! Ivete! Vocês estão falando, Iveti com I no final!


Reinaldo- E que diferença faz?


Sara- Faz toda a diferença! Ela vai tá ouvindo a gente! Pega mal!


Reinaldo- Ah! Desculpa, Sara! Ela não vai ouvir, só a gente, no meio de milhares de pessoas.


Sara- Como não? Ivete tem ouvido de tuberculoso! Ela vai perceber, sim! 


Marcia- Ela percebe. No último show ela cantou uma música, inteirinha, olhando pra mim.


Reinaldo- E como você sabe se era pra você que ela tava olhando, no meio daquela multidão?


Sara- A gente sabe quando está sendo olhada. Ela olhou pa mim, também, várias vezes. É verdade, Reinaldo! Para de ser invejoso. Só porque ela nunca olhou pra você?


Reinado- Vocês são loucas. E olha que eu adoro Ivete, mas eu não divago, não. Sei que ela nunca olhou e nem nunca irá olhar pra mim, se eu não tomar a iniciativa de ir até ela.  Vocês vivem de ilusão.


Márcia- Pois amanhã, no show, eu vou com uma roupa verde limão pra chamar, bastante, a atenção dela.


Sara- E eu vou de amarelo ovo. 


Reinaldo- Meu Deus!


Sara- Ah! Márcia! Me passa os cartazes pra cá. Vamos deixar a saudação a Ivete pra depois.


Márcia- Tem muito cartaz pra terminar, ainda. Turma! Vamos nos organizar melhor pra acabar logo. Eu tô no meu horário de almoço. Só posso ficar mais meia hora, se não já viu, meu chefe me come o fígado.


Reinaldo- Ainda bem que eu tô de férias. E você Sara? Não vai trabalhar hoje, não?


Sara- Eu fui despedida.


Reinaldo e Márcia- O que?


Márcia- Como assim? O que aconteceu, menina?


Sara- Meu chefe ficou fulo da vida, porque eu cheguei duas horas atrasada. Eu estava na fila pra comprar o ingresso pro show.


Márcia- Que absurdo, você não deu uma desculpa plausível pra justificar o atraso?


Sara- Até tentei! Disse que passei mal, com dor de estomago. Mas, ele logo percebeu que eu estava mentindo, porque me viu vestida com a camiseta do fã clube.  Eu já me atrasei outras vezes por causa de Ivete. Foi a gota d'água. Ele detesta axé.

Reinaldo- Mas também, você mistura demais as coisas. Trabalho é trabalho. Ivete e Ivete. Sem trabalho não tem Ivete. E se você demorar pra arrumar outro emprego? como vai fazer pra ir aos shows de Ivete? Me diz!


Márcia- É mesmo! Desta vez o Reinaldo tem razão!  Mas não se preocupa não, amiga. Quando você não tiver dinheiro pra Ivete, eu te empresto. Não vou te deixar na mão, não!


Sara- Obrigada, Marcia! Você sim, é amiga! Não esse agourento aí?


Reinaldo- Vocês duas não tem jeito!


Márcia- Tá sabendo que Ivete vai fazer uma propaganda de um shampoo de ultima geração? O cabelo crespo fica completamente liso na primeira lavagem. Igual ao de Ivete! Tô doidinha pra comprar!


Sara- Não me  diga? Assim que sair eu quero pra mim, também! Não aguento mais gastar com escova progressiva. É caro demais!


Márcia- Mas o shampoo de ivete vai ser bem mais caro que uma escova progressiva.


Sara- Não quero nem saber! Pego um empréstimo no banco, mas eu vou ter o shampoo de Ivete!


Reinaldo- Emprestimo? Agora que tá desempregada? Toma juízo, Sara!


Sara- Cala a tua boca, Reinaldo! Ninguém falou contigo!


Reinaldo- Grossa!


Márcia - Eu te dou de presente, amiga! Pode deixar.


Sara- (Para Reinaldo) Tá vendo? (Para Mácia) E como você ficou sabendo disso?


Márcia- Sabe. aquele meu primo que é maquiador na televisão?  Ele maquiou Ivete  pra aquela série que ela participou.


Sara- Nossa! Que massa! Ele pegou autografo pra você?


Márcia- Traíra! Ele ficou puxando o saco dela e nem falou de mim. Desgraçado!


Sara- Mas não há de ser nada! No show, a gente vai falar com Ivete! A gente invade o camarim!  Nem que seja a última coisa que façamos na vida!


Márcia- Eu tenho gravado todos os comerciais de Ivete.


Sara- Me empresta pra eu copiar?


Márcia- Você pega lá em casa?


Sara- Você não pode me trazer o dvd?


Márcia- Vai me dar muito trabalho. São caixas e mais caixas de dvds. Você sabe que Ivete faz mais propaganda que show. Tem desde sandália a carro popular.


Sara-  Caramba!


Márcia- Parece que ela vai fazer Gabriela.


Sara- Não brinca?


Márcia- É! Os fofoqueiros de plantão estão falando. Dizem, que tiraram a Elizabeth Savalla pra por a Ivete no lugar. Não tenho certeza. Os atores de lá estão com uma raiva danada!


Sara- Inveja! Ivete, com certeza, é mais talentosa que todos eles juntos! Não tem Savalla! Não tem Montenegro!


Márcia- Ivete é polivalente!  Ela nem precisou fazer teste pra ter registro de atriz, de tão boa que é!


Sara- Essa gente não sabe reconhecer uma verdadeira estrela de tanta inveja que tem.


Reinaldo- Ah! peraí! Ivete não é boa atriz, não! Deixa muito a desejar. Ela é uma cantora porreta, mas atriz, ela não é!


Sara- Dobre a língua, antes de falar mal de Ivete, seu duas caras.


Reinaldo- Eu só estou falando a verdade! Esse fanatismo por Ivete está deixando vocês cegas, surdas e... mudas, não.


Márcia- Ivete pode tudo! É melhor atriz que Marieta!


Sara- Canta melhor que Elis Regina!


Márcia- Dança mais que Ana Botafogo!


Sara- É mais bonita que Thais Araújo!


Márcia- Fala mais grosso que Cid Moreira!


Sara- Ela é brilhante!


Marcia- Eu amo Ivete!


Sara- Eu também!


Grupo- Nós amamos Ivete! Nós amamos Ivete! Nós amamos Ivete...


Sara- Ivete é sagrada!


Márcia- Rainha de todas as mídias!


Sara- Não tem Daniela!


Márcia- Não tem Margarete!


Sara- Não tem Claudia! Genérica de araque!


Márcia- Claudia  é falsa profeta!


Grupo-  Blasfêmia!


Sara-  Ela quer roubar o trono de Ivete, faça-me rir, nem cantar sabe.


Márcia- Tenta imitar, mal porcamente, Ivete!


Sara- Nem baiana, ela é!


Márcia- Propaganda enganosa!


Grupo- Fora Claudia! Fora Claudia! Fora Claudia...


Reinaldo- Gente! Elas não são inimigas, não! Já até, cantaram juntas.


Sara- Cantar não! Que aquela não canta nada!


Reinaldo- Que é isso, gente?


Sara-  Viva, Ivete! Viva a música baiana! O axé é a melhor música do mundo!


Grupo-  Viva!


Reinaldo- Calma aí, meu povo! A música baiana não se resume á axé.


Sara- O axé é a verdadeira música baiana!


Márcia- Viva Ivete!  A  inventora do axé!


Sara- Ivete é gênio!


Reinaldo-  Ivete não inventou o axé!


Sara- (Ignorando completamente Reinaldo) A gente podia lançar a canditatura de Ivete para as próximas eleições.


Márcia- Pra prefeita?


Sara- Não! Pra presidente em 2014!


Márcia- Junto com a copa? Vai ser um acontecimento!


Sara- Ela tem que cantar o hino na abertura da copa. Vamos reivindicar.


Reinaldo- Tudo bem, ela cantar na copa. Mas o que justifica  Ivete ser canditada? E logo a presidência? O que ela fez pra poder ser candidata?


Sara- Ivete é caridosa!


Márcia- Ivete ajuda o próximo!


Sara- Ela é boa!


Márcia- É uma santa!


Sara- Olha que poster lindo de Ivete!


Márcia- Nossa! É mesmo! Os cabelos lisos, caídos sobre os ombros, parece um manto sagrado!


Reinaldo- Deus do céu! Isto é até heresia!


Sara- Herege é você, traidor! Fica criticando Ivete no templo dela!


Reinaldo- Eu não estou criticando Ivete! Eu só estou...


Sara- Sai daqui espião de Claudia!


Reinaldo- Que espião? Eu nem gosto de Claudia!


Sara- Vai embora, Reinaldo! Não te queremos aqui! Você não é um verdadeiro seguidor da diva Ivete! Sai!


Márcia- Assim, não, Sara! O Reinaldo é nosso amigo!


Sara- Quer ir também?


Márcia- Sai Reinaldo.


Grupo-  Sai! Sai! Sai!


Reinaldo- Quer saber? Eu amo Ivete, mas não sou louco como vocês, não! Isto não é saudável! Amo minha vida em primeiro lugar! Fui.


Sara- Ah! Vá... Bom, gente! Agora que estamos livres do inimigo! Vamos ensaiar a saudação a Ivete de novo! Vamos lá!


Grupo-  Ivete! Ivete! Ivete!


Sara- (Istérica) NÃO!  É, Ivete! Ivete! Ivete! Com E no final!


Grupo- (Menos Sara, repete timidamente) Ive-tê! Ive-tê! Ive-tê!