sexta-feira, 24 de agosto de 2012

“Pelo menos até a próxima noite.”, de Junior Texaco


Tema: prostituição
Monólogo .

Sabe, a única coisa que vou levar desse mundo é o tesão. O resto eu não sei o que vai ser mas o tesão é uma coisa que eu sei que vai comigo, não vai me deixar nunca. É uma coisa da alma.
Teve uma amiga travesti velha bem velha, que me disse assim: nunca despreze os conselhos de uma puta velha. Puta velha, ela dizia soltando uma baforada de cigarro, puta velha sabe de tudo.
Eu sempre gostei de sexo. E comecei cedo, logo aprendi do que os homens gostavam. Comecei com um surfista que morava no mesmo andar que eu. Eu era moleque tinha uns doze e sempre prestava atenção quando ele passava por mim encarando, a prancha embaixo do braço, a mão apalpando o saco. Quando um cara chega perto de você apalpando o saco, pronto, é sinal verde, tudo feito bem discretamente, é só prestar atenção e você logo saca. Você tem cara de quem curte essas coisas. Putaria entre machos, homem com homem, bater um punheta junto olhando o pau do cara morrendo de vontade de dar uma abocanhada. Pode até não assumir, mas que gosta gosta, ta na cara que gosta. Mesmo sem admitir pra si mesmo como era o caso do surfista que começou a me pegar. Eu aprendi logo cedo que ser usado pelos homens pode. Namorar não.
Não, eu nunca roubei. Sempre tratei bem os meus. Sempre gostei muito de homem, adoro trepar com homem, sou louco por homem. Nunca me senti atraído por mulher. Nem por viado, bichinha, saca? Me broxa mesmo. A feminilidade seja de que jeito for; me broxa total. Agora um homem bem tesudo me tira do serio, eu perco o juízo. Adoro quando um cara fica com tesão só de olhar pra mim. Eu aprendi a ler isso nos rostos dos homens. Sempre gostei de ser usado por eles. E eles por mim, claro.
Fui. Já fui bem usado. Fui muito usado. Fui tão usado que pra você ter uma ideia, quando eu me profissionalizei, vamos dizer assim, quando entrei no mercado, aos dezoito, não ri não que eu estou falando sério, eu já era puta velha.
Comecei com anuncio no jornal, quando entrava de férias na escola. Minha familia nunca soube. Eu atendia também varios amigos do meu pai, era amante de vários. Ganhei uma porrada de presentes, um monte. Nunca dei bola pra essas coisas. Eu faço é pelo prazer mesmo. Eu gosto é de sexo. De homem. Faço porque gosto. Porque é a única coisa que sei fazer na vida. É a única coisa que sei fazer pra viver. Vivo de sexo e assumo isso. Sou livre, não pertenço a ninguem.   
Quando a gente nasce bonito, as pessoas acham que é uma benção, ter uma bunda redonda bem gostosa, ter dentes perfeitos, um físico prefeito, um pau grande, pauzão mesmo de responsa, porque se você não tiver um pau grande você não é ninguem, sabia? Qualquer cara aqui que tiver pau grande sabe do que eu estou falando. Um pau bem grande abre muitas portas é ou não é, meu amigo? Ninguem quer saber se você tem sentimentos, se tem coração, se tem alma, se esta com fome, se está a fim de fuder, se não vai sentir nojo do velho. Eu tenho, tenho nojo de velho, não suporto gente pelancuda, todo velho safado não presta, tenho ódio.
Não venha me julgar também porque eu sempre digo a verdade. Foi o que aprendi, eu tive muitos exemplos. Se não tiver pau grande, você não é ninguem. É a lei da vida.
Cérebro? Ninguem quer saber se você tem cérebro. Você que é lindinho, tesudinho, com tudo em cima, sei lá quantas vezes por dia você ouve os elogios, vai ver nem presta atenção. Os caras não estão nem ai pra o que você pensa ou sente, não estão nem ligando se você se importa ou não de ser sugado por uma paixão infeliz insatisfeita, porque a mulher, a namorada, ou sei lá o que, ela não gosta de chupar o pau dele, porque tem nojo, porque acha que isso não se faz, ou tem nojo de abrir o cu e deixar ele meter a lingua bem gostoso ali, ora se ele te procura pra fazer essas coisas todas que ele deseja e não tem, o que você faz? Atende e muito bem, o freguês tem que sair feliz daqui. Problema delas se elas não fodem direito. São tristes, loucas, frustradas, antipáticas. Cada família tem suas estórias eu não estou aqui pra julgar ninguem. Eu quero é satisfazer. Deixo um monte de maridos felizes, lares em harmonia. Mundos em paz. Pelo menos até a próxima noite. Quando o desejo começar a doer de novo e eles voltarem, porque só um homem sabe do que outro homem gosta. É ou não é?

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

QUANDO AMANHECER de Marcus Di Bello


TEMA: PROSTITUIÇÃO

(Quarto. Cama desarrumada, mesa com alguns pertences e uma cadeira. ELA está sentada na cama. Entediada. ELE está na cadeira, fumando um cigarro. Bate as cinzas num cinzeiro. Silêncio)

ELA
Vou embora, cara.

ELE
Não vai. Eu ‘tô te pagando, porra.

ELA
Tu pagou uma foda. Vou voltar lá pra frente agora.

ELE
Não vai.
(Tempo)
Paguei o momento, não a foda. Quero ter esse momento pós-foda.

ELA
Tu já fumou cinco cigarros aí. Se quiser conversar eu até fico, mas se for pra ficar esse silêncio eu prefiro ir lá pra frente arranjar outro cliente.

ELE
Não sou teu cliente, foi a primeira vez que fiz contigo.

ELA
Tu entendeu.

ELE
Relaxa, baby. Não esquenta a moringa. Eu só ‘tava pensando aqui.
(Tempo)
Nunca conversa com os caras que trepa?

ELA
Não ganho p’ra isso.

ELE
Se pedir uma bebida eles trazem aqui?

ELA
Não, não fazem esse serviço.

ELE
No puteiro da outra esquina fazem.

ELA
(Silêncio. Ela levanta)
Posso ir embora agora?

ELE
Por que a pressa? É o dinheiro? Eu pago a mais, não tem problema.

ELA
Eu só não quero ficar conversando contigo.

ELE
Eu também não quero, mas é a única opção que você tem p’ro momento. Vou te contar uma coisa, gata. Eu odeio as pessoas. Tenho asco, quero que todos explodam. Mas eu não vivo sem trepar, então de vez em quando preciso socializar. Se eu conseguisse viver somente com a minha bebida, os meus cigarros e as minhas lutas de boxe, então eu não precisaria sair de casa.

ELA
Cara, a tua vida é problema teu.

ELE
Tem razão. Mas os meus problemas fazem com que você esqueça os teus. É assim que funciona, baby. É assim que o mundo gira. Quantas vezes eu não fiquei no bar ouvindo mulheres reclamarem do quão fodida era a vida delas, do quanto se sentiam patetas para a sociedade e como aquele papo depressivo me deixava bem. Gata, aquele papo me fazia muito bem, porque eu esquecia a minha vida fodida para ouvir a vida fodida de outra pessoa. E se eu agora falar do quão fodida é a minha vida você vai se sentir mais leve, vai se sentir renovada. Se eu falar que esmurrei meu pai porque ele era um bosta, se eu falar que morei na rua e que hoje ganho um dinheiro escrevendo algumas besteiras, que dá o suficiente para eu pagar meu uísque, meu teto, meus cigarros e a hora extra que estou te pagando, você com certeza vai se sentir muito melhor.

ELA
Tu escreve?

ELE
Romances.

ELA
E o que você sabe sobre amor?

(Silêncio)

ELE
Eu não sei. Mas quem lê meus contos também não.

ELA
Tu é muito do estranho.

ELE
Gostei de você. Você parece ter sensibilidade. Gosto de pessoas assim, mesmo as odiando. Sabe, eu não sei se tenho essa sensibilidade. Acho que odeio a vida também. Às vezes deito a cabeça no travesseiro e não sei se levei o meu dia da melhor maneira possível. Penso que poderia ter feito algo diferente. Mas a vida não me dá o tesão de fazer esse algo diferente. A gente nasce e espera pela morte. Essa espera cansa, baby.

ELA
Eu também odeio as pessoas.

ELE
Eu sei. Sinto isso em você.

ELA
Me dá um cigarro?
(Ele levanta e leva um cigarro a ela. Acende. Fuma)
Eu não queria estar aqui. Mas ou eu faço isso, ou roubo as pessoas. Eu não quero ser uma marginal, mesmo estando em uma profissão marginalizada. É muito foda trepar com um cara que tu não conhece, correndo todos os riscos possíveis. Tu não faz ideia, cara.
(Silêncio)
Quando eu era mais nova eu escrevia. Escrevia poesias. Eu amava os filmes do Tarantino e escrevia poesias. Eram as duas coisas que eu sabia fazer. Hoje eu não faço nada disso. Eu escolhi deixar isso tudo de lado p’ra entrar nessa vida, mas às vezes acho que não tive muito poder de escolha. Eu não consigo nem escolher o homem que vou trepar, imagina se vou escolher a sequencia da minha vida.
(Tempo)
Eu pareço ser fodida, cara? Porque eu tento não parecer, mas não dá. Só quem já provou os dois lados da moeda sabe como é. Já tive tudo na minha vida. Hoje eu não tenho porra nenhuma. Tu me entende? Hoje eu tenho um corpo que me rende uma grana, mas e quando eu não tiver mais esse corpo? Quando o dia raiar e eu perceber que o tempo passou, já vai ter acontecido. O que vai ser de mim? Me responde cara, o que eu vou fazer da minha vida quando amanhecer?

(Silêncio)

ELE
Gata, os filmes do Tarantino são uma bosta.
(Tempo)
Mas o que eu acho é problema meu.

(Continuam fumando. Luz cai em resistência)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A NOITE DOS EXCLUIDOS de Regina Célia Vieira



Tema: Cigarro.


Gilberto- Tem certeza que não vai dar problema?
Armando- Eu venho uma vez por mês. Tá limpo.
Gilberto- Nossa! Esse lugar é deserto.
Armando- Tem que ser, pra não dar na vista. Só podem entrar trinta por noite. E com hora marcada, pra não chegar muita gente de uma vez.  Entram de dois a tres por vez.
Gilberto- Bem bolado.
Armando- (Bate na porta.)
Voz- Senha.
Armando- O pulmão é meu.
(A porta se abre. Aparece o segurança acendendo um cigarro no outro.)
Armando- E aí, Jair? Como vai?
Jair- Tudo bem, Armando?
Armando- Tudo bem! Esse é meu amigo, Gilberto! É novo aqui.
Jair- Seja bem vindo! Fiquem a vontade. Podem acender seus cigarros.
(Acendem os cigarros e entram.)
Gilberto- Tem que entrar fumando?
Armando- É uma das regras! Aqui a gente não para de fumar nunca.
Giilberto- Por isso que fica esse nevoeiro?
Armando- Claro! É pra isso que a gente vem!  Vamos tomar uma cerva?
Gilberto- Só se for agora! (Incomodado com a fumaça.)  Nossa Senhora!
Armando- O que foi ?
Gilberto- Muita fumaça! A gente nem consegue enxergar as pessoas.
Armando- Mas não importa as pessoas! O que importa é que a gente, aqui, pode fumar a vontade.
Gilberto- Mas o que adianta fumar,  se ninguem nos vê?
Armando- Quando a gente chega perto, vê. Você não tá me vendo?
Gilberto- É!
Armando- Isso é bom! A gente se aproxima mais das pessoas que pensam como nós.
Gilberto- É verdade!
Armando- Precisamos dessa aproximação. Afinal, viramos uma minoria discriminada.  Não se pode pegar um cigarro pra acender, mesmo na rua, que já olham torto pra gente.
Gilberto- É, mesmo! Depois que inventaram essa lei antifumo, ficou muito difícil curtir um cigarrinho descontraidamente.
Armando- É uma droga! Nós somos vitimas de preconceito. Estamos sendo excluidos até pela nossa família. Na minha casa, se acendo um cigarro, minha mãe me dá um sermão. É um sermão a cada dez minutos, já que eu fumo um atras do outro. Não aguento mais. Somos as mulheres, os indios, os negros, os nordestinos, os pobres, os gays e os ruivos do seculo 21. Seculo de hipocrisia.
Gilberto- Você tem razão. Abaixo o preconceito. Quer saber? Vamos fumar dois de uma vez, só de raiva.
Armando- Vamos!
(Acendem um cigarro em cada canto da boca.)
Gilberto- Cadê o garçom pra gente pedir a cerveja? Não consigo ver!
Armando- Vem! Se apoia em mim. Eu te guio até o bar.
(Chegam no bar)
Armando- Duas cervejas, amigo!
(O garçom tem um cigarro pendurado na boca enquanto serve as bebidas.)
Gilberto- O garçom também fuma?
Armando- Todos os garçons, aqui, fumam. É pra parar com essa história de que garçom é fumante passivo e que nós é que os deixamos doentes.  Aqui, só fumante pode trabalhar, desde o gerente até a faxineira. E eles tem que trabalhar fumando.
Gilberto- Mas assim o salário deles vai todo no cigarro.
Armando- Nada disso! Uma das vantagens de trabalhar aqui, é que os cigarros que eles  fumam, ficam por conta do patrão.
Gilberto- Ah, bom! E o dono? Fuma direto, também?
Armando- Não! Ele não fuma.
Gilberto- Como é?
Armando- É sério! Fica no escritório, porque detesta  fumaça de cigarro. Ele só lucra com o nosso vicio, mesmo.
Gilberto- Sei! Me diz uma coisa! O cliente que fica até amanhecer, acaba fumando mais de três maços de cigarros. E se acabar? Ele tem que ir embora?
Armando-  Essa é uma das jogadas de mestre do dono.  Acabou o cigarro, compra mais. Como todo bar, aqui também vende cigarro. Ele acaba lucrando mais, vendendo cigarro do que bebida.
Gilberto- Você disse, uma das jogadas de mestre. Quais são as outras?
Armando- O cafezinho. Entre uma birita e outra, um cafezinho vai muito bem. É o terceiro produto mais vendido, depois do cigarro e da cerveja.
Gilberto- Entendi!-  (Olha para uma mesa próxima e parece reconhecer alguém.) Eu não sei se estou enxergando direito, mas nessa mesa pertinho da gente, tem umas pessoas parecidas com a Monica Waldvogel e o Antônio Fagundes.
Armando- Não são parecidos, não! São eles mesmos. Estão sempre aqui. Defensores radicais do tabaco. Levantam a nossa bandeira como ninguém?
Gilberto- Eu sou fã do Fagundes! Será que ele me dá um autógrafo?
Armando- Ele não dá autógrafo nem em dia claro, quanto mais nessa serração.
Gilberto- Deixa quieto.
(Uma moça bem jovem esbarra em Gilberto.)
Moça- Desculpe! Mas você pode acender meu cigarro? (Ela já está com o cigarro aceso.)
Gilberto- Mas o seu cigarro já está aceso...(Percebendo a cantada.) Ah...! É melhor você ir pra casa mocinha. Hora de criança estar dormindo.)
Moça- (Ofendidíssima) Tu não tá com  essa bola toda, não, tio! (Se afasta.)
Armando- A ninfeta deu em cima de você na cara dura. Tá podendo,hein!
Gilberto- Que é isso? É uma menina! Parece até menor de idade. Aqui entra menor?
Armando- Parece que sim! Tenho até medo de paquerar. É bom pedir a indentidade. Se bem que, dizem as más línguas, que o próprio dono fornece indentidade falsa para os menores.
Gilberto- Mas isso é contra a lei.
Armando- Fumar em ambiente fechado também é!  E nós estamos aqui!
Gilberto- Cigarro, bebida e indentidade falsa pra menor! Isso é um pouco demais.
Armando- Eu também acho. Mas quer saber? É só a gente não se meter com essas meninas. O problema é do dono.  Ainda bem que eu gosto de mulheres mais velhas.
Gilberto- E eu não quero nada com garotinhas. Deus me livre!
Armando- E tem mais! Periga até serem garotas de programa. Já ouvi falar que o dono, muito discretamente, promove isso, aqui, também.  Pra gente que procura.
Gilberto- O que? Prostituição? Como é que você me traz pra um lugar onde rola prostituição, Armando?
Armando- São boatos. Nunca vi nada. Mas sabe como é...onde há fumaça...
Gilberto- Tem um clima muito estranho nesse lugar. Vou observar.
Armando- Observar como? Você não enxerga bem. E com essa fumaça, é praticamente um cego.
Gilberto- Vou dar um rolé por aí.
Armando- Cuidado pra ver o que não deve ser visto. Pode se dar mal. A gente não sabe de tudo o que rola aqui.
Gilberto- Só quero conhecer o lugar. Até logo.
Armando- Se se  perder, grita.
(Gilberto vai até o banheiro e esbarra com uma jovem saindo. Quando entra, um homem está vestindo as calças. O homem se veste e sai, enquanto Gilberto usa o bidê.)
Gilberto- (Sai do banheiro e vê, com muita dificuldade, um homem saindo de tras de uma  porta de ferro.)-  O que tem aí dentro?
Homem- Não sei, não, senhor! (E sai.)
Gilberto- (Falando sozinho) - Como não sabe? -(Abre a porta e encontra várias pessoas jogando em máquinas de caça niqueis. Um segurança se aproxima.)
Segurança- Quantas fichas, Senhor?
Gilberto- Eu me enganei. Pensei que fosse o banheiro.
Segurança- O banheiro é logo ali.
Gilberto- Obrigado.
(Gilberto acaba entrando novamente no banheiro, pois o segurança não tira os olhos  dele , e pega dois rapazes cheirando cocaina. )
Rapaz 1- Servido?
Gilberto- Não, obrigado! Mas se eu precisar, compro com quem?
Rapaz 2- Com o Simão, mesmo.
Gilberto- E quem é o Simão?
Rapaz 1- Ele fica em vários lugares. É o gerente. Se você precisar ele pega lá no escritório com o dono.
Gilberto- Ah! Legal! Se der vontade mais tarde, eu pego com ele. Valeu!  - (Pra  si) Ainda bem que eu bebi cerveja! (Acaba de urinar e se despede dos rapazes.)- Até logo!
Rapazes- Até!
Gilberto- (vai para um canto afastado e faz um ligação)- Chefe, já temos o suficiente pra prender o sujeito...Não! Muitos que estão aqui só veem pra fumar, mesmo. Nem sabem o que se esconde por tras dessa fumaceira toda... Não, chefe! Não estou querendo proteger, meu amigo, não. Eu não confundo as coisas. Tem muita gente inocente aqui. Gente acima de qualquer suspeita. Assim que vocês entrarem, faremos a varredura... É!  A coisa aqui é pesada. Com certeza está envolvido com lavagem de dinheiro, também.  Já que se trata de um empresário multimilionário...Está bem! Podem invadir. (Gilberto vai pro centro do bar, a polícia invade o local.)
Policial- Polícia! Permaneçam em seu lugares!
Gilberto- Lá em cima! Vamos!
(A polícia entra no escritório e dá voz de prisão ao empresário.)
Gilberto- Senhor  Rômulo Brás Campos Elísios, o senhor está preso por... vários delitos. A lista é tão grande e a minha garganta tá doendo com tanta fumaça que eu engoli... (Sem paciência)-  O senhor tem o direito de permanecer calado e contatar um advogado.  Levem  o homem e o gerente também!
(Depois de todos os suspeitos terem sido presos, Armando se aproxima de Gilberto.)
Armando- Quer dizer que você é poilicial? Só se aproximou de mim porque  sabia que eu frequentava este lugar?
Gilberto- Desculpe por ter te enganado, mas foi por uma boa causa. E indiretamente você nos ajudou a prender esse elemento perigosissimo para a nossa sociedade. Obrigado. Mas infelizmente não podemos mais ser amigos.
Armando- Entendo! Mas pelo menos temos algo em comum. Ambos somos fumantes fieis.
Gilberto- Eu detesto cigarro. Não sabe o sacrifício que foi ficar esse tempo dentro deste inferno.
Armando- Mas desde que nos conhecemos você fuma que nem um desesperado! Que nem eu!
Gilberto- Não são cigarros de verdade. São de alface.
Armando- De alface?
Gilberto- Se a Cláudia Raia pode...
Armando- Ah...!
Gilberto- Mais rápido, pessoal!  Vamos liberar as pessoas e lacrar o local.
Armando- (Para si.) E agora? Onde é que eu vou fumar?

                                        Fim.