sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A GREVE DE ROSY de Ronaldo Fernandes

TEMA: GREVE
ROSY: Sim, é isto mesmo. Claro. Pode discorrer com todas as acusações ditas ao meu respeito. O senhor pode as ler em voz alta. Por favor. Pode começar. O senhor pode aumentar um pouco a sua voz, pois nem eu, nem ninguém as ouvimos. Um pouco mais alto por misericórdia. Pelo amor. O senhor sussurra quando deveria gritar com todo o ar de seus pulmões. Já que o senhor insiste nesse pavio de voz, só me resta escutar. É que o senhor deve ser de boa educação. Só pode ser. Por isso fala tão baixo. Mas no pouco que eu consigo escutar as acusações são verdadeiras. É isto mesmo! O senhor tem toda a razão. Nossa, o senhor saber de todas essas coisas. Talvez seja porque o senhor é o senhor de todas as coisas. Pode começar. Sim, é isto mesmo. Claro. Talvez seja porque o senhor é o senhor de todas as coisas e pode discorrer com todas as acusações ditas ao meu respeito. Para o senhor saber de todas essas coisas deve ser porque o senhor é de boa educação. Por isso o senhor sussurra quando deveria gritar com todo o ar de seus pulmões. No pouco que eu consigo escutar, as acusações são verdadeiras. É isso mesmo! O senhor tem toda a razão. Mas o senhor pode as ler em voz alta. Por favor. Se o senhor aumentar um pouco a sua voz, já que nem eu, nem ninguém ouvimos seria melhor. O senhor insiste nesse pavio de voz. Só me resta escutar. Um pouco mais alto. Por misericórdia. Pelo amor. Claro. Por favor. Pode começar. Nossa o senhor realmente sabe de todas essas coisas. Sim, é isto mesmo. No pouco que eu consigo escutar, as acusações são verdadeiras. É isso mesmo! O senhor tem toda a razão. Já que o senhor insiste nesse pavio de voz, só me resta escutar. Um pouco mais alto por misericórdia. O senhor aumentaria um pouco a sua voz, já que nem eu, nem ninguém aqui ouvimos. Pelo amor. O senhor sussurra quando deveria gritar com todo o ar de seus pulmões. Talvez seja porque o senhor é o senhor de todas as coisas e pode discorrer com todas as acusações ditas ao meu respeito. Deve ser porque o senhor é de boa educação. O senhor pode as ler em voz alta? Pode discorrer com todas as acusações ditas ao meu respeito? Por favor? Pode começar? O senhor pode aumentar um pouco a sua voz, pois nem eu, nem ninguém as ouvimos? O senhor deve ser de boa educação? Nossa como pode o senhor saber de todas essas coisas? O senhor é o senhor de todas as coisas? Por que fala tão baixo? O senhor tem toda a razão? Sim? É isto mesmo? Qual a razão do senhor sussurrar quando deveria gritar com todo o ar de seus pulmões? Pode ser um pouco mais alto? Misericórdia?  O senhor insiste nesse pavio de voz? Só me resta escutar? No pouco que eu consigo escutar as acusações são verdadeiras? É isso mesmo?  Pelo amor? Não? Não pode ser pelo amor? Sim. É isto mesmo. O senhor tem razão. Não pode ser mais pelo amor. O amor está em greve. Vivemos a greve do amor. É uma greve permanente. A greve do amor.
A minha greve. Eu coloquei o amor em greve. Essa é a minha greve. A greve da Rosy.  A greve do amor. A minha cabeça está muito confusa. Eu não falo nada com nada. Tudo que eu falei antes não tem sentido. Mas eu vivo uma greve. A greve do amor. A minha greve. Eu coloquei o amor em greve. E todos deveriam me seguir. Vamos. Vamos lá. Coloquem esse tal de amor em greve. Vamos todos fazer a greve do amor. Só assim seremos salvos. Esta decretada a greve do amor. Que cabeça confusa a minha. No pouco que eu consigo escutar, as acusações são verdadeiras: Eu matei a todos que amei. O amor está em greve.

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