domingo, 31 de julho de 2011
MANO A MANO de Betinho Neto
quinta-feira, 28 de julho de 2011
A GRANDE IDÉIA de Ronaldo Fernandes
terça-feira, 26 de julho de 2011
O REGISTRO de Marcus Di Bello
(Escritório da idade da pedra. REGISTRADOR atrás da mesa. Placa com a frase “Registro de Ideias e Invenções”. INVENTOR entra)
segunda-feira, 25 de julho de 2011
A SÍNDICA de Kadu Veríssimo
sábado, 23 de julho de 2011
PRATO CHEIO de Betinho Neto
Vamos jantar. Eu e você. Prometo que será breve. Eu e você comendo ou você e eu comendo. Para de me comer com esse olhar. Que merda, não tenho nem cartas na manga. Odeio saber que você já entende e sabe tudo sobre mim. Quer vinho? Claro que não, você detesta vinho, só falei isso para você pensar que eu não sei mais nada sobre ti. Pura covardia. Ridículo eu sei, mas eu sou assim, sirvo esse tipo de prato por que sei que você ama. É lógico que você sabe. Meu jogo absoluto do amor parece damas, come, come, come e vira dama real. Sou bicho, ogro, nada comercial. Sou apenas criatura do jantar. Pedinte de atenção. Mas calme não se zangue, somos todos farinha, bolinhos de arroz perdidos na noite e talvez a ultima azeitona do macarrão. E voce? Não tem nada , eu acho que você não suga nada, não encorpa. Porém, fazer o que? Eu te amo. E eu fico sim, com medo da noite e sem medo do que to comendo. Mas você quando me olha nos olhos não tem fome, não tem nada... Pelo menos tem apenas eu. Enfim, vamos comer. Para de me olhar, meus olhos estão calejados. Não tem mais alma não, só tem isso. Droga, tristeza da vida, por que o caminho de pedras amarelas foi confiscado? Para. Tem muita dor aqui. Não te interessa, te chamei pra jantar e não para sofrer. Quem sou eu? Sou alguém que te ama, apenas isso. Alguém que te ama.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
LUIZA de Betinho Neto
A GORDA de Kadu Verissimo
quarta-feira, 20 de julho de 2011
SAL de Betinho Neto
JANTAR PARA DOIS de Ronaldo Fernandes
segunda-feira, 18 de julho de 2011
SALLE À MANGER de Marcus Di Bello
(Mesa de jantar muito bem arrumada. Martha é uma mulher elegante, doce e simpática. Seu olhar tem um quê de ternura. Paulo usa camisa social e gravata. Seu cabelo é dividido e ele carrega óculos de bom moço no rosto. Possui gestos curtos e calculados. Martha e Paulo estão sentados. Trocam sorrisos. Martha sempre muito atenciosa)
Guardanapo?
PAULO
Sim, muito obrigado.
(Limpando a boca)
Sua casa é muito bonita.
MARTHA
(Sorri)
Obrigada. Papai tem bom gosto.
PAULO
Uma decoração fascinante. De verdade.
(Olhando Martha. Sentindo-se desconcertado)
Muito legal da sua parte me convidar para jantar hoje.
MARTHA
Achei que seria interessante.
PAULO
E seus pais, onde estão?
MARTHA
Viajando.
PAULO
Interessante.
MARTHA
Bem interessante.
(Enche um copo com suco)
Aceita?
PAULO
Qual é o sabor?
MARTHA
Abacaxi.
PAULO
O meu preferido.
(Bebe um gole)
Foi realmente muito legal da sua parte me fazer esse convite. Ninguém nunca me fez um convite assim.
MARTHA
Nunca jantou na casa de alguém?
PAULO
(Tímido)
Nunca estive com uma menina. Assim, sozinho.
MARTHA
Sempre tem uma primeira vez.
PAULO
Obrigado.
MARTHA
Por quê?
PAULO
Pelo convite.
MARTHA
Não precisa agradecer.
PAULO
(Bebendo o suco)
Desculpa.
MARTHA
E nem se desculpar.
PAULO
(Ri)
Martha, eu sempre me senti muito bem ao seu lado. É um sentimento que não consigo explicar. É de um jeito bom, até inocente eu diria. Sabe o que é estar bem só de estar ao lado de uma pessoa? Eu me sinto tão leve contigo. Eu sei que não devia ser tão direto assim, desculpa, às vezes eu falo demais.
MARTHA
Não se preocupa. Isso é bom.
PAULO
(Sorri. Olham-se por alguns segundos)
E qual é o prato da noite?
MARTHA
Você.
PAULO
Como?
MARTHA
Você é o prato da noite.
PAULO
(Ri)
Você é canibal?
MARTHA
(Séria)
Sou.
PAULO
Como é?
MARTHA
É isso mesmo. Eu vou te comer hoje. Na verdade, eu vou começar a te comer essa noite. É um processo lento, envolve muitas etapas. Começo hoje, com um beijo apaixonado, temperado com muito azeite, vinagre e sal. Repetiremos o prato por alguns dias. Será o nosso preferido. Em duas semanas vamos começar a namorar. Ainda estarei abrindo o meu apetite. No final do mês transaremos e então o nosso tormento começará. Eu serei muito ciumenta e brigaremos por isso, depois vamos brigar por causa da briga e então estaremos numa terceira briga sem nem lembrar o motivo. Eu vou me magoar. Vou ficar brava quando você falar que não tem motivos para eu me magoar. Você vai ficar bravo por eu estar brava. Vamos ver muitos filmes, tanto no cinema quanto em casa. Comeremos em muitos restaurantes. O nosso preferido será aquele japonês.Passaremos horas conversando, até o momento que não teremos mais assunto e isso vai me incomodar profundamente. Você se sentirá incomodado com o meu incômodo e passaremos a brigar somente pelo fato de que assim teremos assunto. Você conhecerá os meus pais. Eu conhecerei os seus. Eu ficarei muito amiga da sua mãe. O dia que vocês brigarem eu darei razão a ela e então, eu e você, brigaremos por isso. Nós passaremos as férias no litoral e isso será muito bom. Vou começar a entender que é a rotina que desgasta a nossa relação. Iremos ao aquário e desejaremos ter a vida dos peixes, sempre tão calmos e felizes. Iremos ao supermercado várias vezes e isso será um bom passatempo. Iremos patinar no gelo nas férias de verão. Eu vou cair e me machucar e você dirá uma frase que eu nunca vou esquecer. Acharei você o homem mais perfeito do mundo nesse dia. Passaremos a morar juntos quando você conseguir uma promoção no emprego. Eu começarei a trabalhar. Nós nos encontraremos somente de noite, em casa, o que fará com que a nossa relação dure mais. Você vai reclamar de como a política te come vivo. Vai falar que sente falta de um governo que pare de olhar para os interesses da elite. Esses seus papos me deixarão enjoada. Você me convencerá que Cães de Aluguel é o melhor filme de todos os tempos. Iremos nos casar numa igreja muito tradicional da cidade. Sua mãe vai chorar. Eu usarei um vestido belíssimo. Nós não seguiremos a tradição que diz que o marido não pode ver o vestido da esposa. Não ligaremos para isso. No dia do nosso casamento você fará as pazes como seu pai. Será o dia mais feliz das nossas vidas. Anos depois jogarei em você o álbum de fotos. Antes disso teremos um cachorro. Ele se chamará Billy. Teremos uma filha que se chamará Antônia. Você achará Antônia parecida com o Roberto, um amigo nosso do prédio. Isso irá tirar o seu sono. Você passará uma fase difícil no trabalho e será demitido. Passaremos a brigar todo dia, relembrando os tempos de namoro. Eu vou te agredir com uma faca. Quando Antônia completar cinco anos iremos nos separar. Será difícil para você. Eu estarei tranqüila e isso te deixará bravo. Você voltará para a casa da sua mãe. Eu cobrarei uma pensão que você não poderá pagar. Mesmo depois da separação continuarei atormentando você. Vigiarei os seus relacionamentos. Você mal verá Antônia. A sua mãe continuará sendo minha grande amiga. E esse é o jeito que eu comerei você, aos poucos, durante todas as etapas da sua vida. Sua vida será uma mistura de felicidade e tristeza. Momentos bons e momentos ruins. Eu vou te comer até você deixar de existir. A sua vida será minha e eu vou saborear cada pedaço.
(Silêncio)
PAULO
Mas aquilo de me comer agora era mentira, certo?
MARTHA
Não. O suco que eu te dei contém uma poderosa substância que deixará a sua carne macia, perfeita para mastigar. Em poucos segundos você vai desmaiar e então eu aproveitarei.
(Martha sorri)
Guardanapo?
quinta-feira, 14 de julho de 2011
A MADRASTA de Ronaldo Fernandes
MADRASTA: Dou uma mexida bem rápido.
CALDEIRÃO: Que delicia. Assim não aguento.
CALDEIRÃO: (Irritado) Porque parou de mexer?
MADRASTA: E esperar cozinhar...
CALDEIRÃO: Que sacanagem. Parar de mexer logo agora que tava rapidinho...
MADRASTA: (Olhando a colher com desdenho) Pra rabo, quanto maior o instrumento melhor. (Põe a colher na pia)
CALDEIRÃO: (Decepcionado) Pra rabo, não importa o tamanho do instrumento, é só saber mexer.
MADRASTA: Não é a toa que me chamo madrasta! (Sai rindo)
DONOS DA HISTÓRIA de Betinho Neto
quarta-feira, 13 de julho de 2011
ESPELHO, ESPELHO MEU de Ronaldo Fernandes
LIGAÇÃO A COBRAR de Betinho Neto
CONTRATA- SE de Betinho Neto
EU PODIA TA MATANDO - O QUE NÃO FOI CONTATO - A BRUXA DE RAPUNZEL de Kadu Verissimo
Fim
Malévola
Rainha
(na casa de Malévola)
Malévola
EU VOU ME VINGAR !
ROTEIRO DE SUCESSO de Marcus Di Bello
(Mesa de um café do centro de Los Angeles. Mick espera e, entre um gole e outro de café, confere o seu relógio de pulso. Está cuidadosamente arrumado. Seu terno parece ter saído da loja nessa exata manhã. Depois de certa espera chega Walt. Despenteado, roupas amassadas e levemente com sono.)
MICK
(Animado)
Walt, meu bom e velho Walt! Achei que havia desistido do encontro.
WALT
Desculpe o atraso. Eu dormi muito pouco essa noite. Foi muito difícil acordar cedo.
MICK
Sem problemas, Walt. Marcamos dez horas e agora são, veja só...
(Confere o relógio)
Onze e quinze. Mas não se preocupe, realmente não há problemas. Estou sempre disponível para encontrar um grande amigo. Gostaria de um café?
WALT
Por favor.
MICK
(Faz sinal ao garçom)
Quanto desleixo, meu velho. Olha para esse seu terno.
WALT
Não está tão mal assim.
MICK
Parece que veio de uma guerra. Que horror! Saímos da guerra há dez anos, Walt. Tenha dó! Você precisa cuidar do visual. Hollywood é cruel, meu caro. Importam-se mais com a aparência do que com o talento.
WALT
Estou assim porque passei a noite inteira tentando escrever novos roteiros.
MICK
Errata, Walt. Passou metade da noite tentando escrever novos roteiros. A outra metade passou bebendo. Eu sinto o cheiro daqui.
WALT
Não posso negar que ela é minha companheira nas noites de inspiração.
MICK
Assim você não chegará a lugar nenhum. Ouça o que digo! É preciso focar, meu velho. Tenho até medo desses seus roteiros.
WALT
(Chega a xícara de café)
Pois ficaram ótimos.
MICK
Iguais aquele seu último?
(Ri enquanto Walt bebe café)
Como era o nome mesmo, Walt?
WALT
Tango Tango no Morango.
(Mick cai na gargalhada)
Não ri, era uma boa ideia. As crianças iriam adorar.
MICK
Uma bactéria argentina que começa a viver com a família dentro de uma salada de frutas. Quem você quer enganar?
WALT
Era um desenho experimental. O piloto ficou ótimo, mas não quiseram produzir. E a trilha era muito boa.
MICK
Você é muito engraçado, Walt.
WALT
Eu preciso de ajuda, Mick.
MICK
Percebe-se.
WALT
Falo sério. Estou sem grana. Preciso emplacar um bom roteiro. Não agüento mais ganhar duzentos dólares por pilotos que nunca são produzidos.
MICK
Arruma essa gravata!
WALT
(Arrumando)
Por favor, estou implorando ajuda.
MICK
Está bem, está bem. Sabe que sou seu grande amigo. Como posso ajudar?
WALT
(Retira anotações do bolso do paletó)
Preciso que avalie os meus roteiros.
MICK
Conte-me detalhes.
WALT
Está certo.
(Bebe o resto do café num gole só)
O primeiro desenho é sobre um coelho. Um coelho com habilidades humanas. O nome dele é Oswaldo.
(Mick rindo)
Posso saber o motivo da risada?
MICK
Certo, Walt. Um coelho chamado Oswaldo. As crianças certamente vão gostar muito disso. Que tal colocar uma menina chamada Alice para seguir o Oswaldo até a toca dele?
WALT
Não é nada parecido com Alice no País das Maravilhas, não diga o que não sabe!
(Coçando o queixo)
E eu tenho um desenho sobre uma Alice também.
MICK
Viu só!
WALT
Não é parecido!
MICK
Conte-me detalhes sobre a Alice, Walt. O coelho Oswaldo é pouco simpático e não agradou muito.
WALT
Bom, a minha Alice é uma pessoa real que convive com desenhos animados.
MICK
Pessoa real?
WALT
Isso. Filmada e inserida no desenho.
MICK
Uma atriz?
WALT
Exatamente.
MICK
Assustador, Walt. Muito assustador.
WALT
É fantástico, Mick. Toda criança vai querer ser a Alice. O sonho de estar num desenho animado.
MICK
É um pesadelo, Walt. Pessoas de verdade são vistas em filmes, não em desenhos. Esse foi o motivo do encontro? Se eu soubesse que ouviria essas ideias nem teria saído de casa.
WALT
É experimental.
MICK
Então sugiro que experimente de novo.
WALT
Eu desisto. Não consigo escrever um bom roteiro.
MICK
Não fica assim, meu velho. Estou só brincando com você. Desculpe seu bom e velho amigo. Eu quero te ajudar. Eu vou ajudá-lo!
WALT
Como?
MICK
Tenho aqui um bom roteiro. Gostaria de ouvir?
WALT
À vontade.
MICK
(Retirando anotações do bolso)
É uma adaptação do conto de fadas da Cinderela. Conhece?
WALT
Nunca ouvi falar.
MICK
Vou resumir a história. Cinderela vive com a madrasta, que a obriga a realizar serviços domésticos. Então o rei anuncia que haverá um baile no castelo, onde o príncipe escolherá a sua esposa dentre todas as mulheres do reino. A madrasta proíbe Cinderela de ir, alegando que a moça não possuí vestido para a ocasião. Cinderela faz um vestido de retalhos, mas horas antes do baile as filhas da madrasta o rasgam. Cinderela chora, e das suas lágrimas surge uma fada madrinha. Apressando um pouco a história, a fada madrinha dá um belo vestido para Cinderela e ela consegue, assim, ir ao baile do castelo.
WALT
Parece interessante.
MICK
Claro que é interessante, Walt. É disso que as crianças gostam. Tem ação! Não é um coelho chamado Oswaldo e nem uma mulher drogada que acha que está num desenho animado. É vida. É romance. O príncipe escolhe a Cinderela no final. Eles se casam. É disso que o público gosta. É uma grande produção, Walt, você não está entendendo. Não é só um mero desenho. Renderá milhões.
WALT
Talvez seja a minha salvação.
MICK
Claro! E eu estou compartilhando com você.
WALT
Mas acho a história um pouco sem graça.
MICK
Como sem graça? Meu velho, a história é perfeita. A fada madrinha transforma abóbora em carruagem. Criança adora mágica. A Cinderela é alertada que precisa voltar a meia-noite, que é quando o feitiço se desfaz. São os valores sociais sendo ensinados.
WALT
Voltar meia-noite? Que festa é essa, Mick? Olha, com o trânsito de Los Angeles eu mal conseguiria chegar na festa nesse horário, imagina voltar dela!
MICK
Eu estou querendo te ajudar, Walt, e você está zombando do roteiro.
WALT
Não estou zombando, mas não faz muito o meu estilo do jeito que está.
MICK
E como você faria?
WALT
Eu estou brincando, Mick. Acho um bom roteiro. Alteraria pouca coisa. Talvez o primeiro vestido da Cinderela, aquele que as filhas da madrasta rasgaram, seria feito com a ajuda dos animais do bosque.
MICK
Pare de pensar em animais, Walt. Essa época passou. Foca na madrasta, na maldade, nos valores humanos. É isso que as crianças precisam hoje em dia. Está tudo muito parado. Animalzinho não diverte mais.
WALT
E a carruagem precisa se movimentar. A fada madrinha poderia transformar dois ratos em dois lindos cavalos.
MICK
Você é doente, Walt. Um amante dos animais.
WALT
Gostei do roteiro, Mick. Infelizmente é uma grande produção. Como arranjar dinheiro para isso?
MICK
São detalhes, meu bom e velho Walt.
(Abre a carteira e coloca sobre a mesa algumas moedas)
Aqui está o preço do café, Walt. Hoje o seu é por minha conta. Por favor, acerte a nossa conta lá dentro que depois iremos ao estúdio para trabalhar em cima da ideia da Cinderela.
(Antes de Walt levantar Mick coloca a mão sobre o ombro dele)
Ganharemos muito dinheiro, Walt. E lembre-se: continue seguindo em frente.
WALT
(Com as moedas em mão)
Obrigado, Mick. Volto já com a conta paga.
(Sai de cena)
MICK
Esse idiota. Como é influenciável. Cinderela nunca seria um sucesso. Uma história antiga e cheia de maldades, além do alto custo para produzir.
(Revirando os papéis que Walt deixou sobre a mesa)
Alice. Muito interessante. Esse Oswaldo também não é nada mal. Oswaldo, seu coelho sortudo. Você me dará fama.
(Percebendo que Walt está voltando, Mick coloca no bolso as anotações e corre, deixando um pé do sapato pelo caminho)
WALT
Mick? Mick, onde você está indo?
(Gritando)
Mick! Mick!
(Senta)
Droga, maldito! Sabia que não deveria confiar nesse ordinário.
(Percebe que as anotações não estão ali)
Onde estão os meus roteiros? Onde estão Oswaldo e Alice? O desgraçado levou tudo! E ainda deixou um sapato para trás. Fugiu feito um rato. Covarde! Rato Mick.
(Anotação de Cinderela em mãos)
Ele esqueceu o roteiro dele. Cinderela. É uma produção muito grande. Preciso de dinheiro para isso. Mas como, depois que aquele rato levou os meus dois melhores roteiros?
(Dobra o papel de uma forma que fica parecendo duas orelhas)
Preciso de um roteiro de sucesso.
FIM