quinta-feira, 21 de julho de 2011

LUIZA de Betinho Neto

(Presente na casa de Luiza)
Luiza: Eu sou aquele tipo de mulher que não gosta de receber visitas, ainda mais na hora do jantar e da novela, ninguém respeita minha novela? Que saco! Sabe o que eu faço com as minhas visitinhas queridas? Eu mato. Simples assim. Mato.  Eu? Mato sim, mato a tia, a vizinha e até o gato que aparece aqui por engano, para roubar meus lindos peixes dourados do aquário. Então depois de todos mortos, eu ponho tudo no freezer para depois servir para algumas pessoas amigáveis do meu viver... (Indignada) Como? Eu preciso além de tudo ter uma vida social ativa, não é mesmo? Não posso sair matando todo mundo sem critério... Assim parece que fica feito eliminação de reality show.
Quero saber o porquê essa gente vem aqui em casa! Só isso! Você deve tá ai pensando que eu sou maluca? Maluco é você que atura esse bando de gente que não sabe o que está fazendo no mundo e que vai na sua casa, come sua comida e ainda por cima usa seu banheiro e deixa a tabua da privada suja. Continua me achando maluca? Tenho minhas dúvidas se você que ta ai, me olhando torto não faz isso.
Vassoura atrás da porta? Pra que? Saio dando porrada mesmo, facada, tiro, soco, voadora. A polícia nem desconfia de nada, faço uma boa torta humana para todo mundo, e fica tudo certo. Deixa eu contar para vocês o dia que a Suzana Marcela, olha no nome da criatura de Deus Pai, veio aqui em casa filar meu jantar, acho que fiz um bem para a humanidade de acabar com essa mulherzinha.

(Passado na casa. Suzana Marcela está sentada e Luiza deitada no sofá vendo televisão)

Suzana: Então Luiza, eu te disse, não podia ser coisa boa.
Luiza: (Pensando): Que maldita, bem na hora que essa droga de vilã vai matar esse peste de mocinho, essa mulher não para de falar..
Suzana: Você tá ouvindo?
Luiza: Tô ouvindo querida, estou. Deixa eu ver, quem sabe que você veio aqui?
Suzana: Minha mãe e o Neco meu namorado
Luiza: Neco, isso lá é nome de gente Suzana Marcela, larga esse homem, arruma coisa melhor pra ti.
Suzana: Poxa...
Luiza: Vamos jantar querida? Ando tão sozinha nessa vida... Uma companhia sempre faz bem.
Suzana: Vamos querida, vamos! Adoro sua comida.
 Luiza: (Pensando) Aposto que essa mulher veio aqui para isso, ela vai ver.
(Luiza se levanta e chama Suzana para ir até a cozinha. Na cozinha saca uma arma e aponta para a amiga)
Suzana: O que é isso?
Luiza: Vou te mostrar como vai ser teu jantar e vai ser bom tu comer desgraçada, para aprender a nunca mais vir na casa dos outros filar bóia, maldita (Começa a gritar e se descabelar) Anota a receita, meu benzinho lindo! Anota bem nessa cabecinha Necada... “Neco”... Por favor.

(Ela começa a receita, pega os ingredientes no freezer e vai colocar tudo no liquidificador, Suzana Marcela a cada cena fica com mais nojo)

Luiza:  1 copo (americano) e 1/2 de sangue humano.
1 colher de dedos polegares picados
1 colher de nariz.
2 ovos (testículos)
1 xícara de olhos não muito cheia
1/2 pacote de pé ralado parmesão
2 xícaras de farinha de trigo
Recheio:
Lingua e bunda ao molho.

Luiza: Viu que fácil? Uma delicia! Você vai provar demonia!
Suzana: Não, por favor, tudo menos isso!
Luiza: Então vai virar ingrediente..
Suzana: Não (gritando loucamente)
Luiza: (Colocando a torta no forno) Querida, você acha que a menina da novela vai ficar com o mocinho?
(Ela fica muda)
Luiza: Você acha ou quer morrer mesmo?
Suzana: Acho.
Luiza: Eu chorei esses dias, gente do céu, quanta maldade não é nessas novelas? Um mata o outro mata... nem parece vida real...
(Ficam conversando sobre a novela, ela prepara uma mesa maravilhosa e as duas jantam, Suzana Marcela come a torta e toma vinho)
Luiza: Gostoso né?
Suzana: Você não vai comer?
Luiza: Eu não, não gosto de carne humana, come você, quero ver.

(Volta para Luiza no presente)

Luiza: E foi isso, até parece mentira né? Mas eu sou assim, veio para jantar, já tem o seu lugar, e vocês? Querem um pouco de macarronada de Suzana Marcela?

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